Sopro de Vida
“Há vida e há vida”. Existe a vida animal (Bios, em grego), e existe a vida de Deus (Zoe, em grego). Existe a vida criada e a vida que não foi criada. Todas as criaturas viventes têm o sopro de vida (Génesis 1:30), por isso, elas vivem e respiram. Mas, a vida é mais do que existir.
Este contraste é notório quando comparamos o primeiro e o último Adão. Na primeira carta aos Coríntios, Paulo escreve: “Que o primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante” (I Coríntios 15:45).
O primeiro Adão, o homem, está limitado ao natural. A sua vida é definida por quatro dimensões, que são: largura, altura, profundidade e tempo. Este é o seu mundo. A sua existência é enriquecida pelo facto de ter uma alma. A alma, (Psuche, em grego), é a mente, emoções e vontade. Em vez de viver, apenas, de acordo com os instintos e ímpetos físicos, o homem pode apreciar, pode raciocinar, sentir alegria, tristeza e tomar decisões. Embora a humanidade carregue a imagem do “homem do pó”, há um desejo no seu coração de alcançar mais do que esta “vida” pode proporcionar.
O último Adão veio para dar ao homem a Sua vida, (Zoe). Esta é a vida do céu. Ela é de natureza espiritual e abundante em dimensões. Ela é eterna, contudo manifestou-se no espaço e no tempo na pessoa de Jesus Cristo. As Escrituras dizem que Jesus tem vida em Si mesmo. Isto significa que Ele é a Vida. Ele não pode ser qualquer outra coisa senão vida. Ninguém pode tirar a Sua vida, mas Ele pode dá-la a quem Ele quer. Sendo o homem reconciliado com Deus através da sua fé em Jesus, ele é salvo pela vida de Deus. O Espírito de Deus junta-se ao espírito do homem, e este é vivificado pela vida de Deus. Isto é nascer do Espírito.
Depois da Sua ressurreição, Jesus reuniu-se com os Seus discípulos e soprou neles o Seu Espírito (João 20:22). Deixaram de ser apenas almas viventes, e passaram a viver espiritualmente. Eles receberam o mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dos mortos. Essa vida de Deus, (Zoe), tornou-se como uma fonte de água, brotando neles a vida eterna. Poucas semanas depois, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado sobre eles, como prometido nas Escrituras. Esta fonte de água tornou-se, agora, um rio a fluir. O Espírito que lhes deu vida agora deu-lhes poder para ir e fazer as Suas obras.
O sopro da vida vem sobre o homem para o regenerar, mas também vem sobre ele para o tornar ativo. Este “encher do Espírito” é como o vento que sopra sobre a vela de um barco. O vento deve “encher” as velas do barco para este avançar. Ser vivificado pela vida de Deus é uma coisa, mas ser capacitado pela Sua vida para fazer as Suas obras é realmente algo tremendo. Na visão dos ossos secos, em Ezequiel 37, o Espírito de Deus soprou vida sobre estes ossos e levantou-os para serem um exército poderoso.
“Sopra em nós, Senhor.”
Escrituras Para Meditar:
João 3:5-8; 4:14; 5:26; 7:38; 10:10; I João 1:1-4; 5:12; I Coríntios 6:17-19; 15:45-49; Romanos 5:10.