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Seres humanos

Na peça Hamlet, de William Shakespeare, Hamlet, desanimado, considera suicidar-se enquanto lamenta as injustiças da vida. Mas, ao considerar isto reconhece que a morte podia ser ainda pior. Ele começa o seu discurso intimista da seguinte forma: «Ser ou não ser, eis a questão!»

Esta citação tem sido a base para um grande debate filosófico. Qual é o sentido da vida? Será que a nossa existência tem uma finalidade ou somos apenas um produto das circunstâncias e da seleção natural? O Dr. Miles Monroe disse que a maior tragédia na vida não é a morte, mas sim uma vida sem propósito. Ao falar sobre propósito devemos considerar o desígnio e a intenção, o que nos leva à origem e ao Criador.

Esta pergunta não teve origem em Shakespeare, ou Darwin, pois desde o século 5 a.C. vários filósofos gregos tentavam determinar a origem e o propósito da vida. Quando Paulo chegou a Atenas, no primeiro século d.C., este debate estava ainda em curso. Quando ele compartilhou o Evangelho na praça, alguns filósofos epicureus e estoicos ouviram-no falar sobre a ressurreição dos mortos e quiseram ouvir mais sobre a «nova doutrina», por isso levaram Paulo ao Areópago, o lugar para debater filosofia, religião e lei. Os epicuristas eram os agnósticos dos seus dias. Eles, geralmente, acreditavam que os deuses existiam, mas que não estavam interessados nem envolvidos com a humanidade, e o principal objetivo da vivência humana era o prazer. Os estoicos, por outro lado, acreditavam que Deus era a alma do mundo e que habitava em todas as coisas. O propósito do homem era viver em harmonia com a natureza e superar as emoções do prazer e da dor. Para os estoicos, os assuntos do homem eram governados pelo acaso em vez de escolhas morais, eles adoravam a criação e não ao Criador.

 Paulo começou a sua apologética, explicando que Deus é o Criador de tudo e que toda a humanidade veio de um indivíduo. Em seguida, ele refutou os epicuristas, dizendo que Deus estava perto da sua criação e que até mesmo o nosso respirar dependia Dele. Ele disse: «Nele vivemos, nos movemos, e existimos,» (Atos 17:28). Deus como Criador indica o objetivo e este aponta para o propósito. Ao abordar os estoicos, Paulo explicou que Deus não é a natureza, não é físico ou algo a quem o homem possa dar forma, esculpir ou moldar em forma de ídolo para ser adorado. O homem tem que prestar contas da sua vida, em vez de confiar em desculpas fatalistas. Todos devem, um dia, estar diante de Jesus, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, para serem julgados pelas suas ações.

 Nós somos seres humanos. «Nele temos a nossa existência.» O que tu fazes não faz de ti o que és. O que tu tens ou a tua posição não te dá identidade. É quem tu és que determina o que tu fazes. Por exemplo, ir à igreja não faz de ti um cristão, assim como ir ao McDonald’s não faz de ti um hamburguer. Jesus disse que uma árvore boa produz bons frutos, (Mateus 12:33). É em serem enxertados na videira que os ramos podem produzir fruto. Eles não produzem fruto por conta própria. Porque tu és, tu fazes. Estar em Cristo resulta em novidade de vida. Ao estares em Cristo fluirão em ti rios de água viva. Não é o que nós pensamos que somos, que nos define. Deus, o nosso Criador é quem nos define. Somos Seus filhos. Nós não somos produto de nós mesmos. Nós não somos fazedores humanos, sentimentos humanos, ou posses humanas, mas somos seres humanos. Assim como Paulo chamou os atenienses ao arrependimento, Deus está a chamar todos os homens em todos os lugares para se arrependerem. Já terminou o tempo de estarmos na ignorância. Hoje é o dia da salvação.

 Escrituras Para Meditar
Atos 17:16-34; João 7:38; 4:14; 15:1-11; Efésios 1

[Read the devotional «Human Beings» in English.]

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