A sobrevivência dos fracos
Há mais de 150 anos, Darwin cunhou a expressão: «a sobrevivência do mais apto.» Esta foi a base da sua teoria da evolução, em que o forte, através de um processo de seleção natural, iria sempre prevalecer.
Nos últimos anos os cientistas provaram que esta teoria é falível. Estudos têm demonstrado que os fracos estão sempre entre nós e, de facto, em muitos casos vivem mais anos e têm mais filhos, reproduzindo, assim, genes fracos. Desculpa, Darwin, a tua teoria funciona, exceto quando não.
O mundo trata a fraqueza e o fracasso como sendo terminais. Deus vê a fraqueza como uma vantagem. Ele disse que quando estamos fracos, então somos fortes, (II Coríntios 12,10). Hitler, na tentativa de criar uma super raça, matou os fracos, deformados e doentes mentais. Hoje, por meio do aborto, do infanticídio e da eutanásia, a sociedade moderna está a tentar fazer o mesmo. O indesejado, o improdutivo e os fracos não têm lugar nesta “nova era” e são descartados na pilha de lixo que é chamada progresso. Ezequiel diz que os judeus têm sido este povo. Ele diz: «Não se apiedou de ti […], foste lançada em pleno campo, pelo nojo da tua pessoa, pelo dia em que nasceste,» ( Ezequiel 16:5). «e depois o senhor passou junto a este bebé descartado, ainda no seu sangue, e disse: “vive”,» (v. 6).
Deus oferece graça aos fracos. A graça é o Seu poder a trabalhar em nosso favor. É imerecida e gratuita. Para receber esta graça, precisamos de nos humilhar e reconhecer a nossa necessidade de Deus. Os fortes veem a fraqueza como uma desvantagem, mas Deus vê os talentos e as habilidades dos fortes como desvantagens. Os fortes acham que não têm necessidade de Deus e são, portanto, consumidos pelo orgulho. Os fracos, no entanto, são muito conscientes da sua necessidade de Deus e dependem continuamente da Sua força. Deus escolhe os fracos para confundir os sábios e Ele usa os desprezados e os tolos para aniquilar o orgulho do homem. Paulo vangloriou-se na sua fraqueza e não nos seus pontos fortes. Todas as suas conquistas e tudo o que alcançou ele considerou como esterco. Paulo sabia que ao ficar fraco, ele ficava mais forte em Cristo.
O crescimento espiritual de Paulo era paralelo à sua crescente consciência da sua fraqueza e pecado. Antes da sua conversão Paulo era fariseu e seguia estritamente a lei. Ele foi treinado, para praticar o judaísmo, nas mais zelosas e melhores escolas rabínicas. Catorze anos depois da sua conversão, ele ainda apresentava sinais da sua antiga arrogância religiosa. Às igrejas da Galácia ele escreveu sobre como enfrentou Cefas cara a cara, e falou sobre aqueles que pareciam ser alguma coisa e que nada lhe ensinaram, (Gálatas 2:6, 11). A sua atitude parecia bastante teimosa e orgulhosa. Seis anos mais tarde, Paulo escreve aos Coríntios e diz: «Eu sou o menor dos apóstolos,» (I Coríntios 15:9). Cinco anos depois, ele escreve aos Efésios: «Eu sou o mínimo de todos os santos,» (Efésios 3:8) e dois anos antes da sua morte, Paulo escreve a Timóteo, dizendo: «Eu sou o principal de todos os pecadores.» (I Timóteo 1:15). Em vez de crescer, ele diminuiu.
Deus escolheu-nos quando não éramos nada; quando éramos ainda pecadores. Ele tomou o nosso quebrantamento e vazio e enxertou-nos na videira. A Sua vida flui através de nós e produz frutos de justiça e de amor. É porque estamos n’Ele que somos o que somos. Não nos devemos vangloriar do fruto do ramo, mas da vida da videira. Sem Ele não somos nada e nada podemos fazer, mas através de Cristo podemos todas as coisas. Diga o fraco: Forte sou.
Escrituras Para Meditar:
I Coríntios 1:20-31; II Coríntios 12:9-10; Filipenses 2:6-11; 3:8; 4.13
[Read the devotional «Survival of the Weakest» in English.]
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
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