Cantar os cânticos de Sião
Alguma vez tiveste a experiência de despertar uma memória da tua infância, através dos cheiros, sabores ou cores? A primeira vez que fui à Suécia, tive essa experiência. Quando senti o ar fresco do Outono e vi as árvores, vidoeiros, e outra vegetação que me era familiar, fui empurrado de volta à minha infância em Fairbanks, Alaska. Estar neste ambiente ártico trouxe essa saudade de casa. Eu acredito que a maioria dos imigrantes, ocasionalmente, passa por esta experiência. O mesmo aconteceu com o povo judeu quando eles foram levados como escravos para Babilónia. Os seus captores gozavam com eles e exigiam que lhes cantassem as músicas da sua terra natal. Isto era pura tortura, pois ao cantarem os cânticos de Sião, despertava neles o anseio pela terra que amavam. O salmista escreve: “Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira?” (Salmos 137:4).
Há um lugar que chamamos de lar, e quando estamos longe desse lugar sentimo-nos estranhos e deslocados. É como dormir em uma cama que não é a nossa. Pode ser no melhor dos hotéis, no ambiente ideal, mas não é a nossa casa. Muitos reduzem o período de férias pelo desejo de voltar para casa e dormir na sua própria cama. Desde o tempo de David, Jerusalém tem sido esse lugar para o povo judeu. O povo judeu tem passado milhares de anos longe de Israel. Ele tem tentado adaptar-se às muitas nações da sua diáspora, contudo mantém Jerusalém como a sua esperança e desejo. “Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti! Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, e não considerar Jerusalém a minha maior alegria!” (Salmos 137:5-6). Desde o século XIII, os que vivem fora de Israel dizem no final de sua ceia de Páscoa e Yom Kippur: “No próximo ano em Jerusalém”.
Para muitos cristãos, o lar é o céu. É a sua terra Beulá, a sua Jerusalém no céu e sua travessia do Jordão. Eles colocaram o céu como uma experiência futura, em vez de uma realidade presente. Não é o céu a experiência da presença de Deus? Jesus não veio para trazer o Reino do Céu para a Terra? Ele não enviou o Espírito Santo para estar connosco? João usa palavras como “habitar” e “viver” para descrever a nossa relação com o Senhor. Ser “lar” é estar em Cristo. O filho pródigo vagueava longe da sua casa, enquanto andava atrás dos seus desejos e paixões, mas quando ele chegou ao fundo do poço, lembrou-se das alegrias da sua infância, do conforto do lar e do amor do seu pai. Quando ele voltou para casa, para o seu pai e família, ele ouviu mais uma vez os cânticos de Sião. O seu coração foi consolado e a sua vida restaurada. Se tu tens vagueado por aí e encontras-te numa terra seca e distante, tu também podes vir para casa.
Os cânticos de Sião chamam-nos de volta à presença do Senhor. Ele é entronizado nos nossos louvores. Entrai pelas portas com ações de graças e nos seus átrios com louvor. Através da obra redentora na cruz, Jesus abriu a porta para cada um de nós. Não há necessidade de ficarmos à porta. O medo está fora da porta, a depressão empurra-nos para longe do Seu amor… mas ainda há a saudade, a saudade de casa, que atrai o nosso coração. Jesus disse aos discípulos que quando dois ou três se reúnem, Ele está lá. Quando os crentes estão juntos, é como o céu na terra. É estar em casa. Então cantem, cantem salmos uns aos outros, hinos e cânticos espirituais. Cantem os cânticos de Sião.
Vem já, vem já! Alma cansada, vem já!
Will L. Thompson
Manso e suave Jesus, convidando
Chama: Ó pecador, vem!
Escrituras para meditar
Salmos 137; 122:1-6; 26.8; 22.3; I João 4:13; Efésios 5:19
[Read the devotional «Sing The Songs Of Zion» in English.]