A Igreja Orgânica

Há muitas metáforas na Bíblia que são usadas para descrever a Igreja de Jesus Cristo. A Igreja é retratada como um edifício, uma família, um exército, um corpo, um novo homem e uma noiva. Não importa a ilustração que usemos, a Igreja é coletiva: nunca é apenas uma pessoa. Pedro escreveu que cada crente é uma pedra viva que está a ser construída em conjunto com outras pedras vivas para formar uma casa espiritual, ou melhor, a Igreja (1 Pedro 2:5). Paulo disse aos Efésios que a Igreja, como um corpo, era a plenitude de Cristo (Efésios 1:23). Jesus é a Cabeça e os Seus discípulos são os membros do Seu Corpo, chamados das trevas para viver em comunidade e para expressar a Sua plenitude.

Durante a Idade Média, a Igreja era vista como um edifício físico. Foram construídas bonitas catedrais para a glória de Deus, e era esperado que os crentes fossem à “igreja” regularmente. Mais tarde, após a Reforma, a Igreja começou a ser vista como uma reunião. As catedrais não estavam disponíveis para estas reuniões de crentes, por isso, eles reuniam-se ao ar livre, em casas ou noutros edifícios públicos. Com o desenvolvimento da Reforma, foram construídos edifícios, mas a ênfase estava mais no culto do que na estrutura. Em ambos os conceitos de Igreja, o foco estava em fazer e não em ser a Igreja.

Hoje, muitos olham de novo para a Igreja Primitiva, como revelada no livro de Atos, para tentarem descobrir o projeto original de Deus. Para muitos, a experiência que têm de “ir” à Igreja tem sido insatisfatória, e ainda assim a sua fé em Jesus como seu Senhor e Salvador está viva. Eles anseiam pela vitalidade da Igreja Primitiva, a experiência face-a-face em comunidade e a presença manifesta do Espírito Santo. No entanto, alguns, na tentativa de se livrarem da “bagagem” associada à religiosidade, “deitaram fora o bebé com a água do banho”. Ao definir a igreja orgânica como não poluída por mãos humanas, eles passaram pelo caminho do isolamento em vez de se congregarem, pela  independência em vez da comunidade, e pela rebelião em vez da submissão.

A Igreja não é perfeita, mas está a crescer na plenitude de Cristo. Por favor, se encontrares uma igreja perfeita, não te juntes a ela. Vais arruiná-la. Nenhum de nós é perfeito. Nós estamos a ser transformados através do trabalho do Espírito Santo. A Igreja de Jesus Cristo está num processo de preparação para a vinda do Esposo. A igreja está em construção e o arquiteto e construtor é Deus. Ele tem um plano que projetou antes da fundação da terra. O modelo é a família, não uma cafetaria. Nós não escolhemos a nossa família, Deus escolhe. Numa família há autoridade, provisão, responsabilidades e nutrição: tudo designado para desenvolver a sua maturidade e fecundidade. A Igreja pode reunir-se em casas e edifícios, servir a Deus e aos outros, mas é um organismo cuja vida vem de Deus e é compartilhada com outros.

Estar na Igreja não é como ser um membro de um clube ou de uma associação. Não é o resultado de participarmos num curso, pagarmos quotas ou assinarmos um acordo. Ser parte da Igreja é resultado do novo nascimento. Depois de nascermos de novo, o nosso Deus Pai coloca-nos sob o cuidado de pastores, que nos vão ensinar e discipular nos caminhos do Senhor. A nossa maturidade é vista na nossa capacidade de assumirmos responsabilidades, em vivermos relacionamentos de aliança, e na nossa frutificação. Cada membro é essencial para que a Igreja alcance a sua plenitude. O DNA da igreja primitiva, orgânica é este: D — divina revelação, N — nutrir relacionamentos e A — missão apostólica. Esta é a Igreja.

Escrituras Para Meditar
Efésios 1:22-23; 4:15-16; Apocalipse 21:9-10; Salmo 68:6; Colosensses 1:18

[Read the devotional «The Organic Church» in English.]