Quem és tu realmente?
Muitas vezes ouvi pessoas dizerem: “Eu preciso ser verdadeiro comigo mesmo”, o que significa, que não querem ser influenciadas por expectativas ou desejos de outros. Elas querem “ser elas próprias”, “ser verdadeiras”, “acreditar segundo a sua crença”, “ser únicas” e deixar “a sua marca no mundo”. Com a crescente urbanização e o marketing global, de produtos e ideias, o individualismo está em ascensão. Alguns, para não se perderem entre as massas, inserem-se numa actividade, tipo de trabalho ou grupo para definir quem são. Tal como a minha sogra, quando colocava uma fita vermelha na antena do seu carro para poder encontrá-lo no estacionamento. A busca de identidade é essencialmente a busca pela segurança.
Quando Deus criou o homem, Ele soprou sobre ele e este tornou-se um ser vivo. Paulo refere que Adão foi feito alma viva (I Coríntios 15:45). Cada um de nós foi individualmente criado por Deus, assim como Adão. O livro de Salmos, diz que Deus formou cada um de nós no ventre da nossa mãe (Salmo 139:13-19). Assim como os nossos olhos e impressões digitais são únicos entre biliões de pessoas, tanto do passado como do presente, a nossa alma é única. A forma como pensamos, sentimos e desejamos é única. Não há igual. Todos nós, como os filhos de Adão, fomos maravilhosamente criados, e ainda nos sentimos tão perdidos.
Podemos trabalhar muito para colocarmos um título de Doutor à frente do nosso nome, ou pintar o nosso cabelo de azul, ou cobrir-mo-nos com tatuagens, mas a pergunta permanece:”Quem sou eu, realmente?”. Como “alma viva”, o homem procura a resposta à sua identidade nas profundezas da mente, das emoções e da vontade. Esta busca existencial termina com um “eu” no centro; Eu acho, eu sinto e eu quero. Não há outro lugar mais vulnerável e solitário. Não admira que o homem seja tão medroso e inseguro.
Jesus veio, como o último Adão, para soprar em nós o Seu Espírito vivificante. Atenção, o Espírito de Cristo manifesta-se em dar, e não numa busca interior, ou auto-realização. O Seu Espírito é Amor. Não há medo no amor, pois o amor perfeito lança fora todo o medo (I João 4:18). O Espírito do Senhor foi enviado para permanecer em nós. A nossa alma órfã já encontrou filiação. A nossa insegurança encontrou, agora, a aceitação e o nosso medo já não existe. O Seu Espírito de vida une-se ao nosso espírito, e nós somos um.
Não é mais uma questão de quem somos, mas de quem Cristo é. Cristo é justiça; então, nós somos a justiça de Deus (II Coríntios 5:21). Visto que Jesus é o Filho de Deus, então somos filhos de Deus (Gálatas 3:26). Porque Jesus está sentado à direita do Pai, então estamos sentados com Ele nos lugares celestiais (Efésios 2:6). Porque Jesus é o herdeiro do Pai, somos co-herdeiros com Ele. (Romanos 8:17). Já não é importante que o “eu” viva no centro, para expressar a sua singularidade, mas é importante que Cristo viva em nós.
Confiança e segurança nunca podem ser obtidas pela aparência que temos, pelo nosso conhecimento, pelo que temos ou pelo que fazemos. Não devemos “confiar na carne”, mas devemos depositar a nossa confiança somente no facto de que fomos perdoados, redimidos e amados pelo Senhor. A aceitação e amor de Deus por nós são baseados em quem Ele é, não em nós.
A verdadeira alegria vem quando tu sabes quem és em Cristo. A paz preenche o teu interior e o Seu Espírito, que dá vida, começa a fluir de nós para os outros. O nosso foco move-se do “eu” para os”outro”, quando amamos os outros como a nós mesmos. Ao dar recebemos, ao servir sentimo-nos completos e ao amar ficamos satisfeitos.
Escrituras Para Meditar
II Coríntios 5:17, 21; Gênesis 2:7; I Coríntios 15:45; Filipenses 3:3; I João 4:18
[Read the devotional «Who Are You Really?» in English.]
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
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