Dízimos e ofertas
A prática de dar dízimos e ofertas é muitas vezes criticada nos dias de hoje. Mesmo dentro da Igreja, há aqueles que acusam que a prática do dízimo foi instituído sob a Lei de Moisés e que é obsoleto para os crentes do Novo Testamento. Outros rejeitaram qualquer sentido de obrigação de dar como legalismo e deixaram ao critério de cada crente. E há outros que interpretaram, de forma errada, a prática dos dízimos e ofertas como um meio de ser prósperos e ter proteção espiritual, alienando assim os que não têm essas necessidades.
É importante notar que a prática do dízimo precede, em centenas de anos, a lei dada a Moisés. A primeira menção do dízimo na Bíblia é encontrada em Génesis, capítulo 14, quando Melquisedeque, o rei e sumo sacerdote de Salém, se encontrou com Abraão, quando este regressou da batalha com os cinco reis. Abraão apresentou a Melquisedeque um décimo de tudo o que tinha ganho. Isso tornou-se uma prática para Abraão e a sua família, vemos isto quando Jacó, seu neto, fez uma aliança com Deus para dar o dízimo de tudo o que ganhasse. A entrega de ofertas tem um começo ainda mais antigo, é visto nas ofertas trazidas a Deus por Abel e Caim (Génesis 4:3-4). Embora esta prática tenha sido transmitida através da tradição oral, ao entrar na Terra Prometida, o dízimo e a entrega de ofertas tornaram-se leis escritas. Mesmo na era da Nova Aliança, a doação de dízimos e ofertas era uma prática comum e é registada em cada secção principal da Bíblia.
A minha intenção aqui não é provar os argumentos a favor de dízimos e ofertas, mas é ir à raiz da objeção. Eu acredito que este assunto tem a ver com o senhorio e a mordomia, e não com legalidade ou licença. A palavra mais frequentemente encontrada na Bíblia é a palavra Senhor. Aparece mais de 5000 vezes, referindo-se a Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento. A palavra Senhor significa proprietário (ou seja, um senhorio é o dono de uma propriedade). O Salmo 24:1 afirma claramente que “a terra é do Senhor e a plenitude dela, o mundo e os que nele habitam”. Tudo pertence ao Senhor. Se reconhecemos isso, então, em vez de possuir, temos de administrar. No sistema mundial, a economia baseia-se na propriedade privada, mas não no Reino dos Céus.
Imaginemos que somos gerentes de um negócio. O proprietário confiou-nos a empresa e deseja que obtenhamos lucros. Temos a liberdade de tomar decisões e usar o seu dinheiro para pagar as contas e investir, como acharmos ser mais benéfico. O proprietário exige apenas que se reserve 10% de todos os lucros numa conta separada e 5% ou mais, como ele desejasse, noutra conta. Eu não acredito que nenhum de nós teria algum problema com isso, vendo que o proprietário pode fazer com o seu dinheiro o que ele deseja. Não é o mesmo com os dízimos e ofertas? É uma questão de senhorio (Deus) e mordomia (nós).
Mesmo que o Senhor tenha todo o direito de exigir de nós, como mordomos das Suas riquezas, tudo o que Ele quiser, a nossa atitude ao darmos é a nossa adoração a Ele. Devemos adorar o Senhor na beleza da Sua santidade (Salmo 96:8-9). Santidade significa separado para Deus. Quando adoramos o Senhor em santidade, deve incluir as ofertas e dízimos que especificamente reservamos para Deus. Não devemos chegar diante do Senhor com as mãos vazias (Êxodo 23:15). Vamos adorá-Lo como Senhor.
Escrituras para meditar:
Mateus 6:25-34; Lucas 16:10-13; Salmo 24:1; Êxodo 23:14-15; 1 Coríntios 16:2; 1 Timóteo 6:17
[Read the devotional «Tithes and Offerings» in English.]
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
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