Separação
Uma das experiências humanas mais dolorosas é a da separação. Dizer adeus aos nossos filhos quando vão para a faculdade, ou quando se casam ou mudam para outro Estado ou país, é realmente difícil. O nosso único conforto está na esperança de os ver novamente. A mais difícil das separações é a que é causada pela morte. Para os crentes, a esperança de vida eterna e de se reencontrarem no Céu, com a nossa família e amigos crentes, é o que acalma a dor do luto e da separação. Sem esta esperança, a dor torna-se insuportável.
Jesus passou grande parte dos Seus últimos dias na terra a preparar os Seus discípulos para este tempo de separação. Em João, capítulo 16, Jesus disse-lhes que dentro de pouco tempo eles não O veriam mais, e depois dentro de pouco tempo eles O veriam novamente. Os discípulos estavam confusos e não entendiam o que Ele queria dizer. Aqueles que não eram Seus discípulos pensavam que Ele estava a dizer que Ele ia para a diáspora e outros pensavam que Jesus tinha a intenção de Se matar. O que Jesus estava a falar era da Sua morte e ressurreição. Ele estava a dizer que o luto pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Ele estava a dizer que a separação não é permanente. Ele estava a dizer que ia preparar um lugar para eles, para que onde Ele estivesse, eles também pudessem estar. Jesus não tinha a intenção de abandonar os Seus seguidores, mas sim de destruir, de uma vez por todas, a dor da separação.
O pecado causou uma separação entre Deus e o homem. Foi a mais dolorosa das separações. O inimigo tomou o controlo e o mal reinou, resultando em dor, doença, tristeza e morte. A redenção proporcionou uma forma de o homem poder voltar a ser unido com o Pai Celestial. O amor do Pai foi tão grande que enviou o Seu Filho, Jesus, à terra para suportar a dor e pagar a pena do pecado. Esta é a matriz do amor divino. Na cruz, Jesus tomou sobre Si toda a nossa separação e a dor a ela associada. Enquanto Ele gritava: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?” (Marcos 15:34), o preço pelo pecado foi pago: não mais tristeza, não mais dor, não mais separação. O amor venceu o pecado e a morte e a distância entre Deus e o homem foi superada.
Paulo escreveu aos crentes Romanos que nada poderia voltar a separá-los do amor de Deus (Romanos 8:35-39). Para os fazer entender bem isso, ele enumera uma série de causas comuns de separação. Primeiro Paulo diz que a separação causada pela tribulação, perseguição, fome e angústia não são suficientes para nos separar do amor de Deus. Hoje, ao escrever este devocional, o mundo está em “isolamento” por causa do vírus Covid-19. Não nos podemos reunir para adorar, cumprimentar-nos com um abraço ou um beijo, sair das nossas casas, assistir a funerais, celebrar aniversários ou desfrutar de um jantar no nosso restaurante favorito. A separação é agora a lei. Mas mesmo nesta época de aflição global, nada nos pode separar do amor de Deus.
O amor de Deus tem sido derramado nos nossos corações. O amor de Deus permanece connosco e está em nós. Ao falar com colegas e amigos nas redes sociais, todos concordámos que este tempo de separação física uns dos outros nos aproximou mais de Deus e mais uns dos outros. O amor de Deus faz a ponte entre as pessoas. À medida que nos conectamos com o Senhor, encontramo-nos mais próximos dos outros. Quando leio a lista de possíveis causas de separação dada por Paulo, vejo-as principalmente como desculpas que damos para nos centrarmos em nós próprios. Não há razão para estarmos separados. Nada nos pode separar do amor de Deus, por isso, porque é que eu alguma vez pensaria que poderia justificar a separação daqueles que Deus ama? Pensa sobre isso antes de pedir o divórcio, ou quebrar a comunhão com alguém, ou bater com a porta num ataque de raiva. Nada nos pode separar do amor de Deus.
Escrituras para meditar
Romanos 8:35-39; João 14:3; 16:16-22; Salmo 30:5
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
Abençoe o ministério do Pr. James Reimer, adquirindo estes livros.
[Read the devotional «Separation» in English.]