Arrepende-te
Nestes dias em que parece haver tolerância para o pecado mas não para a verdade, é muito impopular chamar pecadores ao arrependimento. Talvez nos tenha escapado um dos principais ingredientes para a salvação, descritos nas Escrituras. Do estudo que fiz das mensagens pregadas no Novo Testamento, o arrependimento é o tema esmagador. No dia de Pentecostes o avivamento começou, não com o derramamento do Espírito Santo no cenáculo, mas com 3000 pessoas que se arrependeram e foram baptizadas. O derramamento do Espírito poderia ter sido apenas um grande evento; uma daquelas reuniões especiais em que todos foram abençoados. Já todos estivemos nessas reuniões ungidas, certo? Só que a Igreja não começou como um clube de abençoados, mas sim com a pregação do Evangelho e um apelo geral ao arrependimento.
Este não era um tema novo para os discípulos. Eles tinham ouvido a mensagem de arrependimento pregada repetidamente tanto por João Baptista como pelo próprio Jesus (Mateus 3:2 e 4:17). O arrependimento estava entrelaçado nas parábolas que descreviam a natureza do Reino de Deus. Jesus retirou o véu do engano quando explicou que, tal como a mulher se alegra ao encontrar a sua moeda perdida, assim também todos os anjos se alegram quando um pecador vem ao arrependimento (Lucas 15:7). Há uma celebração no Céu quando alguém se afasta do seu pecado e se humilha perante o Deus vivo. O pecado separa o homem de Deus e o arrependimento é o “mudar de direcção” e regressar a Deus para perdão do pecado.
À medida que a Igreja crescia e o Evangelho era pregado em todo o Império Romano, o arrependimento era a principal mensagem pregada. No dia de Pentecostes, Pedro foi directo ao apontar, à multidão que se tinha reunido, que eles eram responsáveis pela morte de Jesus. Quando o pecado foi exposto, o povo convenceu-se do pecado e clamou: “Irmãos, que havemos de fazer?” Pedro respondeu: “Arrependei-vos e cada um de vós seja baptizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados, e recebereis o Espírito Santo” (Atos 2:37-38). Esta mensagem era repetida onde quer que o Evangelho fosse pregado. Em Atenas Paulo disse corajosamente aos intelectuais da sua época: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam” (Atos 17:30).
Arrependimento é mudar de opinião acerca do pecado. Antes do arrependimento, há tolerância e justificação: o pecado não é considerado tão mau, porque é o que todos fazem e acreditam. É o “novo normal” que justifica o afastamento progressivo de Deus e da Sua Palavra. O Evangelho é um apelo ao “regresso”, não ao “progresso”. O profeta Joel chamou Israel: “rasgai o vosso coração” e “convertei-vos” ao Senhor. Ao fazê-lo, experimentariam o inabalável amor de Deus e a alegria da Sua salvação (Joel 2:12-27). O apelo ao arrependimento não é uma condenação, é um acto de misericórdia e graça. Como lemos em 2 Pedro 3:9, o Senhor não quer “que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”. O pecado traz condenação e julgamento, mas o arrependimento traz misericórdia e perdão.
Não são apenas os incrédulos que precisam arrepender-se. Todos nós devemos arrepender-nos. A maioria das Igrejas descritas no Apocalipse foi chamada ao arrependimento, mesmo aqueles que se distinguiam na realização de boas obras. O arrependimento precede o reavivamento. A responsabilidade de um derramamento do Espírito de Deus sobre toda a carne e a cura das nações cai sobre a Igreja. A Igreja tem de humilhar-se, orar e abandonar os seus maus caminhos. A Igreja tem de se arrepender. É uma coisa boa e pela qual temos de orar. Pede a Deus que te abra os olhos para áreas da tua vida das quais precisas de te arrepender; depois humilha-te perante Ele para receberes perdão e restauração.
Escrituras para meditar
Lucas 15:17, 10; Atos 2:38; 3:19; 8:22; 17:30; Apocalipse 2:5, 16, 21-22; 3:3, 19
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
Abençoe o ministério do Pr. James Reimer, adquirindo estes livros.
[Read the devotional «Repent» in English.]