Casa do pão
A auto preservação, é a mais poderosa das motivações humanas. A água e alimentos são ingredientes essenciais para a sobrevivência. Onde não há pão, há fome. Várias vezes, na história de Israel, quando houve fomes na terra, os filhos de Israel imigraram para as nações vizinhas em busca de pão. Este foi o caso de Elimeleque e a sua esposa Naomi. Israel estava a passar por uma seca e havia pouco para comer na sua cidade natal, Belém. Em busca de uma vida melhor, eles mudaram-se com os seus dois filhos para Moabe. Embora, em Moabe, tenham encontrado providência para as suas necessidades imediatas, eles perderam o que era mais importante. Elimeleque morreu em Moabe assim como os seus dois filhos, deixando Noemi viúva e angustiada. Na sua angústia, só conseguia pensar em voltar para a sua casa em Belém. Belém, significa “Casa do Pão”, e era para lá que ela precisava de voltar.
Belém era mais do que um lugar onde era providenciado o seu sustento, era onde estava a sua família, a sua identidade e as suas raízes. Como o filho pródigo, ela estava a voltar para casa. A sua nora Rute, moabita, também queria acompanhá-la na volta para Israel. Rute havia decidido fazer do Deus de Noemi o seu Deus e do povo de Noemi, o seu povo. Voltar à “Casa do Pão” foi um novo começo para Rute, e foi em Belém que a sua vida foi verdadeiramente abençoada. Foi aqui que ela se casou com Boaz e se tornou a avó de David, o Rei de Israel. Não é nenhuma surpresa que, anos mais tarde, Jesus nascesse em Belém, como herdeiro do trono do rei David, trazendo o foco da história sobre esta pequena aldeia, como o lugar onde o “Pão do Céu” desceria.
Há uma grande diferença entre as necessidades sentidas e as necessidades reais. Necessidades sentidas, como ter amigos, aventura, entretenimento, conforto e prazer, é o que faz com que muitos vagueiem em busca de auto realização. Estas necessidades são como anestesia, que cobrem a dor por um tempo, mas não resolvem o problema. As necessidades reais são as que realmente satisfazem, como a vida eterna, o perdão e a restauração com Deus. Jesus disse: “Eu sou o pão da vida, aquele que vem a Mim não terá fome e quem crê em Mim nunca terá sede” (João 6:35). Ele disse à mulher junto ao poço em Samaria: “Aquele que beber da água que lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:14). Jesus veio para satisfazer necessidades reais, para preencher o nosso vazio e curar o nosso coração partido.
Há uns dias, eu estava a conversar com o meu tio sobre uma experiência que ele teve enquanto esteve no hospital. Ele tinha ferido as costas e estava imobilizado e não podia mover a cabeça. Ele ouviu alguém entrar no quarto, mas não podia ver quem era. Tudo o que ouviu foi uma voz a dizer: “A maioria das pessoas nunca experimentou a alegria do perdão”. Ele nunca soube quem era essa pessoa ou, se era um anjo ou o próprio Senhor, mas a mensagem emocionou-o profundamente. Agora, com 91 anos, ele continua a perguntar àqueles com quem se encontra, se eles experimentaram a alegria de serem perdoados. Esta é a verdadeira necessidade de toda a humanidade. Este é o pão que realmente preenche o vazio da alma.
Se estiveres à procura de pão noutros lugares, é hora de voltares para Belém, a casa do pão. É hora de festejar mais uma vez na mesa do Senhor. É hora de experimentar a alegria do perdão e das bênçãos na comunhão com o Senhor. O profeta Isaías faz a pergunta: “Por que gastais dinheiro naquilo que não é pão?… naquilo que não pode satisfazer?” (Isaías 55:2). Como vais responder? Venham ao Senhor. Venham para a Casa do Pão.
Escrituras Para Meditar
Rute 1:1-6; Mateus 4:4; 5:6; Isaías 55:1-2; Êxodo 25:30; I Coríntios 11:24; João 6:35