«Como o cervo deseja as águas, assim eu, desejo a ti»
Decorria o ano de 2014 e eu estava muito doente, sozinha em casa, sem dinheiro, recentemente divorciada, triste, a arder em febre, com os lábios secos, a dormir no sofá e, no meio de delírios, Deus deu-me em 3 minutos a força e a inspiração para escrever uma canção. Tinha pouca força nas mãos, mas o que Deus me estava a dizer naquele momento sofrido eu não podia esquecer, era urgente escrever, era urgente não esquecer a melodia que Ele me estava a dar, e o que me estava a dizer de forma audível era que Ele era a minha Fonte, Ele era a minha Cura, Ele era Tudo o que eu poderia precisar, não só naquele momento mas sempre e assim nasceu a canção Mati, que em português significa Água.
You are Mati (tu és água)
Mati for my mind (água para a minha mente)
Healing Mati (água que cura)
Mati for my soul (água para minha alma)
Healing Water (água que cura)
Saving Water (água que salva)
Cleansing Water (água que limpa) …
Pode parecer esquisito escrever isto mas eu nunca gostei muito de água… bem sei que a água está presente em vários alimentos mas eu era capaz de estar dias sem beber água apesar de saber que me faz bem, que é boa para a saúde, que boa parte do meu corpo é água, que sem água morro, mas só no ano que passou em que tive muitos problemas com a voz, porque desenvolvi nódulos nas cordas vocais, entendi que a água era vital para a minha vida e que tinha mesmo, mesmo, mesmo que beber água, pelo menos 3 litros por dia e a maior parte deveria ser logo de manhã para que as minhas cordas vocais fossem fortalecidas.
Neste processo de aprendizagem de beber água comecei a fazer alguns paralelismo com a nossa vida com Deus, sabemos que Ele é bom, sabemos que nos faz bem, sabemos que precisamos, e até queremos mais d’Ele mas parece que não temos sede, não nos apetece sempre! Então só lá vamos quando estamos mesmo cansados, a precisar, e enchemos um pouco o copo para não ficar na reserva, quando poderíamos, se bebêssemos d’Ele a toda a hora, estar a transbordar essa água, que é Deus, de nós para os outros.
Penso no que teve que mudar em mim…disciplina! Aflita como estava, chorava cada vez que tinha que cantar e me faltava a voz. Tive que me disciplinar a beber forçosamente muita água a todo o momento para poder curar-me e nesse processo, que não foi imediato, não só voltei a utilizar as cordas vocais de uma forma plena, como comecei a gostar de água, comecei a andar com uma garrafa de água sempre comigo e a primeira coisa que passei a fazer ao acordar é beber água e sinto falta quando estou algum tempo sem ela, sinto-me com menos poder quando não posso beber água.
Quanto mais me disciplino e me “esforço” a estar com Ele, mais sinto a Sua falta, mais O quero.
Sinto o mesmo com Deus, tenho aprendido que preciso mesmo, mesmo, mesmo d’Ele, e que tem que ser logo pela manhã em quantidade generosa, quanto mais me disciplino e me “esforço” a estar com Ele, mais sinto a Sua falta, mais O quero, mais da Sua vontade para a minha vida me é revelada na minha intimidade com Ele, e quanto mais sede tenho, mais bebo d’Ele, quanto mais bebo mais presença de Deus sinto, mais do Seu poder, mais capacitada fico de o copo transborda porque não está na reserva, mas está constantemente a ser enchido. Todos os dias tenho que aprender que Deus é a primeira pessoa com quem devo estar ao acordar, que Deus é vital, Deus é parte de mim, que sem Ele não sou nada, que sem Ele morro, que sem Ele não tenho poder, que sem Ele não sou plena, que Ele é a Fonte de água/mati viva!
A palavra de Deus para a nossa casa neste 2020 foi gratidão. Gratidão em toda a circunstância e em todo o momento, mas acima de tudo gratidão por poder dar, por poder transbordar da sua Fonte. Gratidão não só como forma de retribuir o que nos tem sido concedido mas de encontrar neste acto, palavra, forma de vida, uma fonte para matar a nossa fome e sede de Deus porque quando somos gratos, damos, quando damos, recebemos e a fonte de água viva nunca pára.
Activar a nossa fome de Deus, buscá-lo mais, transbordar mais, agradecer, dar… este é o nosso ciclo para a fonte. E tu como é que estás a saciar a tua fome e sede de Deus ?
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