A noiva guerreira
Há algum tempo, um bom amigo, que eu conheço desde a Universidade, enviou-me algumas fotografias do casamento da sua filha. O casamento realizou-se num belo cenário e, como normal, todos estavam vestidos a rigor. Ao olhar para as fotografias, reparei em algo muito estranho. A noiva tinha botas militares. Olhei novamente: uma noiva pronta para a batalha. Que piada! Não sei tudo o que se pretendia com esta quebra de tradição, mas, tenho a certeza, aquilo teve algumas risadinhas. (Só para notar: o noivo estava descalço.)
De vez em quando tenho pensado sobre essa cena e reconhecido o quão verdadeira é: até mesmo uma noiva precisa de estar pronta para a guerra. Não consigo evitar de olhar para isto como uma analogia da Igreja sendo a Noiva de Cristo. Paulo faz esta ligação quando fala da união entre um homem e uma mulher. Ele disse que o casamento deveria reflectir a união que existe entre Cristo e a Igreja (Efésios 5:32). No livro de Apocalipse há uma cena no Céu em que o Cordeiro e a Noiva estão prestes a casar (19:7-9). Há uma grande alegria na realização desta união tão esperada. Não sei se no Céu a Noiva de Cristo terá calçadas as suas botas de combate, mas ela certamente precisa delas enquanto estiver aqui na terra.
Uma noiva é chamada noiva mesmo antes do casamento. A sua nova identidade está ligada à esperança que ela tem. A promessa é, por si só, um compromisso e um pacto. Não há um voltar atrás: ela está a preparar-se para aquele DIA. O vestido de noivado para esta noiva é a Armadura de Deus. Este traje de batalha é para protegê-la de qualquer pretendente mal intencionado. Paulo lembrou à igreja de Corinto que a tinha preparado para ser apresentada a um marido — Cristo — e, se não tivesse cuidado, poderia ser desviada, por meio de engano, de uma devoção sincera a Ele. Há “outros Jesus”, espíritos e evangelhos, neste mundo, que lutam pelo afecto da Noiva (2 Coríntios 11:1-4).
Ao olhar para a armadura, sinto-me especialmente atraído pelas “botas”. Paulo estava a descrever o traje do soldado romano e por isso as botas são mais como sandálias especialmente modificadas. Havia uma parte que protegia as canelas, e o sapato era reforçado com pregos na sola e na biqueira. Isto era para dar ao soldado a estabilidade necessária para se manter firme. A última coisa na mente de um soldado era virar as costas e fugir do inimigo. Vejam como Paulo descreve o propósito destas botas de combate romanas: “… para que sejais capazes de resistir às astutas ciladas do diabo… para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes…” (Efésios 6:11,13, 14).
A capacidade que a noiva tem de se manter firme é vista na explicação da metáfora dada por Paulo. Ele disse que estes sapatos eram a “preparação do evangelho da paz” (v.15). As boas novas do evangelho são o facto do inimigo estar debaixo dos pés de Jesus. Como dizem as Escrituras: “Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos seus pés…” (1 Coríntios 15:27). Este nosso Noivo conquistador deu-nos a vitória. Ao sermos a Noiva de Cristo, estamos “n’Ele” e temos o que Ele tem. A Sua vitória é a nossa vitória. Assim como o inimigo está debaixo dos Seus pés, também está debaixo dos nossos pés. Podemos caminhar em paz, confiantes, sabendo que somos a Noiva guerreira de Cristo.
Escrituras para meditar
Romanos 16:20; Efésios 5:32; 6:15; Apocalipse 19:7-9; 1 Coríntios 15:25-27; Hebreus 2:7-8
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
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[Read the devotional «The Warrior Bride» in English.]