A vida é uma jornada
Fico constantemente surpreendido com a forma como as pessoas se recuperam de experiências destruidoras da vida, seja a morte de um parente querido, um casamento falhado, uma bancarrota ou mesmo uma época de desvio espiritual. Ao vermos outros, ou mesmo nós próprios, a passar por tais crises, nunca devemos julgar o todo de uma vida pelas circunstâncias presentes. A maioria das vidas são suficientemente longas para corrigir erros e mudar para o bem. Não devemos esperar a perfeição dos outros ou de nós próprios. Todos nós cometemos erros. Portanto, em vez de sermos definidos pelos erros que cometemos, precisamos de nos permitir a nós próprios, e aos outros, a possibilidade de nos levantarmos e terminarmos bem. Provérbios 24:16 diz: “Porque sete vezes cairá o justo e se levantará…”.
Não se trata de dizer que os erros que cometemos não deixam a sua marca. Jacó teve uma vida tumultuosa antes de ter tido um encontro com Deus em Betel. Ele enganou o seu irmão, mentiu ao seu pai, roubou ao seu sogro e fugiu da família da sua mulher. No ponto mais baixo da sua vida, quando foi vencido pelo medo de enfrentar os seus pecados passados, Jacó encontrou-se com Deus. Desta luta nocturna com Deus, Jacó saiu um homem mudado. Já não era Jacó, o enganador, mas agora era Israel, o príncipe de Deus. Esta experiência foi uma mudança de vida, mas deixou-o a coxear. Foi uma lembrança constante da consequência do pecado e da abundância da graça de Deus.
A vida precisa de ser vista como uma maratona, não como uma corrida de 100 metros. Precisamos de caminhar e ser pacientes com a fragilidade da nossa humanidade. Ao longo desta jornada da vida, há muitas oportunidades para arrepender novamente, perdoar novamente, amar novamente, e tentar novamente. Digo “oportunidades” porque não há garantias de que vamos mudar. Temos a opção de endurecer os nossos corações, não perdoar, não acreditar na genuinidade do arrependimento dos outros, e de não tentar mudar. Em qualquer ponto desta jornada, podemos afastar-nos de Deus ou voltar-nos para Ele. Podemos tornar-nos amargos ou melhores.
Eu diria que a maioria das pessoas passa pela sua própria crise de fé. Há aqueles vales em que Deus parece tão silencioso e distante, os medos esmagam-nos e tudo parece perdido. Mas, como Yogi Berra costumava dizer: “Só acaba quando acaba”. Enquanto houver vida, há esperança. Se nos encontrarmos num poço de desespero, podemos sair dele. Se tiveres caído novamente, então volta a levantar-te. Thomas Edison falhou mil vezes ao fazer uma lâmpada incandescente, antes de finalmente conseguir. Ele não é recordado pelos seus múltiplos fracassos, mas sim pelos seus sucessos. Por ele nunca ter desistido, o mundo beneficia das suas muitas invenções.
A natureza ensina-nos esta importante lição. Uma inundação, um incêndio florestal, ou um terramoto podem devastar uma paisagem, mas após alguns meses ou anos a natureza recupera da tragédia e parece ser mais bela do que era antes. Se atravessaste um incêndio e te sentes tão devastado e ferido pelos “buracos na estrada”, não pares. Continua. Não alimentes as feridas, dispersa-as. Como diz o salmista: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5). Há dias melhores pela frente.
Qual será o teu legado? Terminará com lamentos e cheio de autopiedade, ou deixarás à geração seguinte a história de como vencer grandes obstáculos e tribulações? Agarra aquilo para o qual foste criado. Prossegue para o alvo, ao longo da viagem da vida, para obteres a imperecível coroa da glória.
Escrituras para meditar
Salmo 30:5; Provérbios 24:16; Lamentações 3:22-23; Filipenses 2:12-13; 3:14; 1 João 1:9
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
Abençoe o ministério do Pr. James Reimer, adquirindo estes livros.
[Read the devotional «Life is a Journey» in English.]