Apenas amar
Porque é que complicamos a vida cristã? Parece que gastamos muito tempo concentrados naquilo com que não concordamos e a compararmos igrejas ou movimentos. Falamos de estratégia, visão e programação. Registamos os “lugares quentes espirituais” e analisamos os padrões de crescimento. Mesmo as nossas orações e pregações têm de estar alinhadas com um esboço predeterminado e a uma apresentação de PowerPoint detalhada. Corremos de reunião para reunião e de ensaios para programas, tudo com a intenção de servir ao Senhor. Passamos da emoção à deceção, do cuidado para a ofensa e do compromisso para a desistência. Este estilo de montanha-russa na vida cristã deixa- -nos exaustos e a desejar “férias” de tudo. Então eu pergunto novamente: Porque é que complicamos a vida cristã?
Num contexto religioso de mais de 600 leis e tradições múltiplas, Jesus reduziu todas as obrigações da vida a apenas duas: ama a Deus com todo o teu coração, e ao teu próximo como a ti mesmo. É tão simples. Porque sentimos o dever de acrescentar a isto? Todos concordamos que o amor é a mensagem central do Evangelho, mas há essa tendência de adicionar os nossos “mas” e os “e” à mistura. É o “Amor e…” e o “Amor mas…” que tornam tudo complicado. Como diz o ditado: “muitos cozinheiros estragam a sopa”, assim também muitos “profissionais espirituais” distorcem a vida cristã. Achamos que o complicado é melhor do que o simples? Será que associamos o complicado a ser inteligente? E o ser simples a ser indouto? Se é apenas o amar que Jesus procura, então o problema não está no periférico, mas na compreensão do que realmente é amar.
Jesus disse para amarmos a Deus e amarmos os outros. Repara que não diz nada sobre ser amado ou obter qualquer coisa em troca. É apenas unilateral: tu amas. Os problemas resultam das expectativas que se atribuem ao nosso ato de amar. Mesmo a simples expectativa de gratidão pode gerar uma série de pensamentos críticos e sentimentos feridos. A Helen e eu conhecemos uma senhora da nossa vila, a quem ajudamos de vez em quando. Ela precisava de comida, móveis e roupas e nós temos suprido de bom grado estas necessidades, mas ela nunca disse um simples “obrigado”. Depois de algum tempo acabamos por “desligar a torneira do amor”. Nós estávamos certos ao fazer isso? Não. O amor não espera nada em troca. É incondicional. Ela estava certa ao não ser grata? Não, mas essa não é a nossa preocupação. A nossa responsabilidade é amar, ponto final!
Jackie De Shannon, em 1965, teve o êxito musical O Que o Mundo Precisa Agora é Amor. A letra é: “O que o mundo precisa agora é amor, doce amor. É a única coisa que há em pouca quantidade”. O amor de Deus Pai, por este mundo caído e pecador, foi manifesto quando enviou o Seu Filho para tomar sobre Si os nossos pecados e morrer em nosso lugar. O amor é dar. Ele alimentou as multidões e lavou os pés dos discípulos. O amor é servir. Jesus ministrou aos samaritanos, gentios e judeus. O amor é unir. Ele dispensou tempo para segurar uma criança e comer com o mais vil dos pecadores. O amor é ouvir e cuidar. 1 Coríntios 13 continua esta descrição do que é o amor, e ainda assim não fala de ser amado.
A melhor cura para a solidão é amar os outros. Encontra alguém que não possa dar nada em troca e ama essa pessoa. Quando as expectativas se transformam em dores, e sentimentos em ofensas, pergunta a ti mesmo se estás a andar em amor. Não julgues a outra pessoa. Apenas ama.
Escrituras Para Meditar
João 3:16; I João 3:16; Mateus 22:37-40; I Coríntios 13; II Coríntios 5:14; Gálatas 5:6
[Read the devotional «Just Love» in English.]
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
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