Despe-o
Golias ergue-se no campo de batalha, lançando blasfémias e maldições ao exército de Israel. Atrás dele estavam as multidões do seu próprio povo, cada um levantando a sua voz fazendo pouco dos israelitas amedrontados. David, um jovem pastor, entra no campo e com uma única pedra tira a confiança dos filisteus. Com o seu herói morto, a sua arrogância desapareceu. Corriam com medo enquanto os israelitas os perseguiam. Que mudança de cenário. Um jovem apenas virou a mesa sobre o inimigo. Sem apoio visível da sua família ou nação, ele saiu para fazer a vontade de Deus. O orgulho precisa de uma multidão, enquanto que a humildade pode permanecer sozinha. “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pedro 5:5).
Antes de Deus nos poder usar, temos de despir o nosso ego, a nossa autoconfiança e o orgulho. Temos de nos humilhar perante Deus, depois Ele erguer-nos-á. Moisés, o príncipe do Egipto, foi treinado na corte do Faraó. Ele conhecia a arte da guerra e assim, quando viu um egípcio a bater num israelita, matou-o facilmente. De Moisés, o poderoso homem de guerra, vamos saltar 40 anos à frente. Agora ele está no deserto, a cuidar de um rebanho de ovelhas. Ele já não tem a aparência de um príncipe, nem tem a confiança de sua antiga posição. Mas, Moisés está agora no lugar onde se pode encontrar com Deus. À medida que se aproxima do arbusto ardente, Deus fala: “…tira as tuas sandálias…” (Êxodo 3:5). Ele precisava de tirar os últimos vestígios de confiança na sua carne. Os seus pés precisavam de tocar o chão. Tal como Paulo, ele teve de descer do seu cavalo alto e cair sobre o seu rosto perante o Deus poderoso. Ele precisava de se humilhar.
Para discernir a diferença entre humildade e desvalorização de si mesmo, vejamos a conversa entre Deus e Moisés. Deus dá a Moisés um desafio, um propósito e uma visão para a sua vida. Moisés responde com: “Quem sou eu?” (Êxodo 3:11). Deus não disse a Moisés quem era Moisés, mas revelou quem Ele é e que estaria com Moisés. Não importa quem somos, mas sim quem Deus é. Então Moisés respondeu: “Qual é o Teu nome?” (v.13-14). A resposta é interessante. O nome de Deus é “EU SOU”. Primeiro, “EU SOU” é uma frase incompleta. Foi uma revelação que seria progressivamente preenchida ao longo da história da presença de Deus com o Seu povo. “EU SOU o vosso provedor”; “EU SOU a vossa cura”; “EU SOU a vossa justiça”, etc. Em segundo lugar, “EU SOU” é tempo presente. Deus é o Deus de hoje. A confiança da humildade está na capacidade de Deus hoje.
A unção é como fontes de água. Vem da montanha mais alta e corre para os lugares mais baixos. Moisés estava no seu momento mais baixo da vida quando Deus o chamou. Para ajudar Moisés a saber como fluir na unção e ainda manter a sua humildade, Deus enviou Aarão, o seu irmão, como seu porta-voz e apoio. Ele deu-lhe algum “tempo de prática” no milagroso e profético e confirmou-lhe que Faraó libertaria o povo da escravatura. Deus tomou Moisés como ele era. Ele usou o que estava na mão de Moisés. Deus não perguntou a Moisés o que ele precisava para fazer o trabalho, mas o que ele tinha. Com apenas uma vara, um simples pedaço de madeira, o poder de Deus manifestou-se.
Tenho a certeza de que ainda havia um pouco de nervosismo no coração de Moisés enquanto regressava ao Egipto. A humildade não significa que não haja medo ou ansiedade. Significa apenas que, apesar disso, se obedece. A humildade é colocar-se à disposição, independentemente do que se sente acerca si próprio. É ter consciência de Deus, e não autoconsciência. Portanto, despe o ego e os talentos em que confias e inclina-te totalmente para Deus.
Escrituras para meditar
Êxodo 3:1-4:17; 1 Pedro 5:5-7; Mateus 6:25-34
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
Abençoe o ministério do Pr. James Reimer, adquirindo estes livros.
[Read the devotional «Take It Off» in English.]