Livre de ídolos
Quando vemos a palavra ídolo a maioria de nós lava as mãos e diz: “Bem, esse problema não é meu”. Temos a tendência de atribuir idolatria a imagens de adoração, tais como os deuses múltiplos dos hindus ou as estátuas budistas do Extremo Oriente. Alguns consideram as imagens dos santos no catolicismo ou os ícones nas igrejas ortodoxas também dentro desta prática, que é tão claramente condenada nas Escrituras. Claro, o contexto cultural, no qual o Novo Testamento foi escrito, estava definitivamente inundado por este tipo de idolatria, mas a realidade é que a idolatria é universalmente praticada por todos nós. A admoestação de João a ser livre de ídolos é tão verdadeira para nós hoje como o foi para os cristãos do primeiro século.(1 João 5:21).
Um ídolo, numa definição ampla, é tudo o que é mais importante para nós do que Deus. Para aqueles que se entregaram à idolatria, quase nunca é considerado como errado. Na verdade, é mais evidente quando pensamos que algo bom pode realmente satisfazer os desejos profundos do nosso coração. Um ídolo é uma substituição de Deus como o principal suprimento das nossas necessidades e a paixão da nossa vida. O Senhor disse a Ezequiel que os anciãos, que tinham vindo para receber uma palavra do Senhor, tinham permitido que os ídolos entrassem nos seus corações (Ezequiel 14:1-3). A idolatria é mais uma questão do coração do que qualquer outra coisa. Um objecto, pessoa, função ou actividade, em si mesmos, podem não estar errados, mas é na medida em que eles assumem a preeminência nas nossas vidas que nos levará a dar-lhes a nossa atenção e adoração.
João usa a palavra “concupiscência” para descrever uma expressão desordenada ou pervertida de amor. Em 1 João 2:16, ele fala das “concupiscências da carne”. É quando expressões reservadas a Deus (ou seja, confiança, esperança, amor, adoração), são usadas para descrever os nossos falsos amores, falsas esperanças, falsos alvos e falsa confiança. Por vezes isto é o dinheiro, a nossa imagem, a nossa sexualidade ou a nossa carreira. O que quer que se torne o nosso foco, torna-se a nossa paixão, que depois recebe a nossa adoração. João continua a falar de outra “concupiscência”, e esta é a “concupiscência dos olhos”. Isto está relacionado com ídolos culturais. Estas são as coisas que a nossa cultura considera mais importantes. Podemos ver estes ídolos na moda, no desporto, na política, nos gadgets, etc. É o que vemos diariamente perante nós e exige que compremos o mais recente iPhone, usemos a melhor marca de roupa e tenhamos o físico “perfeito”. Quer sejam ídolos culturais ou ídolos do coração, nunca satisfazem realmente, e exigem constantemente mais: mais exercício, mais maquilhagem, mais coisas, mais poder, etc.
O amor desordenado leva a vidas desordenadas. Quando a atenção de alguém é desviada de Deus, ele encontra-se a si mesmo no centro da sua própria vida. Este é o “orgulho da vida”, tal como referido em 1 João 2:16. Isto é quando a idolatria desce de carnal, para mundano e depois para o diabólico. É quando a atenção e o interesse se tornam obrigatórios e obsessivos. É quando tens de ter a última invenção, ter um certo peso e agradar às pessoas certas. Isto resulta em endividamento, depressão, manipulação, anorexia, etc. É quando estás disposto a pecar para obteres o que queres.
Nunca podes satisfazer nem ser satisfeito por um ídolo. Só Deus pode amar-te como desejas ser amado. Só Deus pode preencher o vazio do teu coração. João escreveu sobre o amor de Deus mais do que qualquer outro autor da Bíblia. Ele parecia ter essa ligação especial com o coração de Deus. Por João saber, por experiência, que uma relação de amor com Deus é o que realmente satisfaz, ele termina a sua primeira epístola com esta exortação: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.”
Escrituras para meditar
Romanos 1:18-25; Efésios 5:5-6; 1 João 2:16, 5:21; Jeremias 17:5-6
Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.
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