O que temer

Tenho pregado e escrito muito sobre o que não temer, de facto, a frase “não temas”, é encontrada 365 vezes nas Escrituras. O medo é uma emoção negativa e pode paralisar até mesmo os mais fortes. O medo pode ser uma arma usada pelo inimigo para roubar a nossa fé e alegria.

Ele pode levar-nos a negar o Senhor e a ceder à tentação. Certamente há muita coisa que devemos “não temer”, mas por outro lado encontrei na Bíblia aspectos que devemos temer; sendo a mais notável o temor ao Senhor.

Muitos teólogos têm definido o temor ao Senhor, como reverência e respeito, mas a palavra usada na Bíblia é medo e ocorre mais de 300 vezes referindo-se a Deus. Deus é mais assustador do que o próprio diabo. O diabo e o homem podem destruir o corpo, mas Deus pode lançar-nos no inferno. Os filhos de Israel aprenderam a temer ao Senhor ao verem o que Deus fez aos egípcios e àqueles que se rebelaram contra Ele. O temor a Deus é para nos impedir de satisfazer a nossa natureza carnal. Nós damos ao mundo, à carne e ao diabo poder injustificado quando demonstramos mais medo por eles do que por Deus.

Claro, eles são nossos inimigos, mas eles não devem ser temidos. A quem tememos damos poder sobre nós. Deus representa uma grande ameaça para o nosso ego, mas não para nós. Ele derruba o nosso orgulho, apenas para nos levantar de novo. Ele julga o nosso pecado, mas também nos perdoa. Ele destrói as nossas ilusões e liberta-nos com a Sua verdade. O temor ao Senhor é o princípio da sabedoria e o amor de Deus é a sua conclusão. Temer a Deus é bom, porque nos salva de nós mesmos. Sem o temor a Deus, todos nós fazemos o que é certo aos nossos próprios olhos. Procuramos satisfazer os nossos desejos continuamente. Sem o temor ao Senhor, nós pecaríamos implacavelmente, sem pensar nas consequências eternas.

O medo é baseado na recompensa eminente e no juízo eterno. A Bíblia diz: “Porque bem conhecemos aquele que disse: ‘Minha é a vingança; eu darei a recompensa’, e outra vez: O Senhor julgará o seu povo.” É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo,” (Hebreus 10:30-31). Aqueles que temem a Deus, obedecem-Lhe. Quando José disse aos seus irmãos que ele era um homem temente a Deus, então eles confiaram nele, (Génesis 42:18). As parteiras hebreias temiam a Deus mais do que a Faraó, e permitiram que os bebés vivessem, (Exôdo 1:17). O temor ao homem traz um laço e contamina a nossa obediência. Ele coloca-nos sobre o controle e manipulação dos desejos e opiniões das pessoas.

Talvez precisemos temer quando todas as pessoas falam bem de nós; quando elas nos lisonjeiam com os seus louvores. Talvez precisemos de temer o que Deus tem a dizer sobre nós. Será que depois do nosso serviço e ministério, Deus vai dizer: “Eu não te conheço, afasta-te de mim mau servo.” O que devemos temer?! Devemos temer quando a casa de Deus é deixada em pedaços e a nossa está decorada com o melhor. Devemos temer quando temos dinheiro suficiente para nós mesmos, mas não para as necessidades dos outros. Devemos temer quando temos tempo para amigos e família, mas não para Deus. Temendo pelas coisas certas conduz-nos à santidade, sem a qual ninguém verá Deus.

O temor a Deus e o amor de Deus não são contradições, mas complementam-se. Jesus é um bom exemplo disso. Ele não tinha medo de confrontar o pecado e chamar as pessoas ao arrependimento, ainda que carinhosamente abraçasse o pecador e perdoasse e restaura-se cada um que vinha a Ele. O Seu amor lança fora o medo atormentador do homem e alimenta o temor a Deus. O Seu amor quebra as correias do medo da morte e dá-nos a vida eterna. Por causa do amor, Jesus abraçou a cruz. Ele entregou a vida para nos libertar. Com um amor como aquele, o que mais há a temer, senão a Deus?

Escrituras Para Meditar
Pv. 1:7; 9:10; 29:25; Sl. 111:10; Mt. 10:28; II Cr. 7:1; I Jo 4:18

[Read the devotional «What To Fear» in English.]

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