selective focus photo of salt in glass jar

Ser um saleiro

Antes da invenção da conserva ou da refrigeração, o método de preservar os alimentos era com o uso do sal. Por esta razão, há já muito tempo que tem sido considerado como valioso. A palavra “sal” vem do latim sal e é a palavra-raiz para salário, (salário latino). O ditado “vale o seu sal” significa merecer o salário. Na época romana, o sal era usado como moeda para pagar os salários dos soldados e podia ser trocado para a compra de outras necessidades. Tendo tanta importância na economia dos tempos do Novo Testamento, não é de admirar que Jesus o usasse como uma metáfora para a vida cristã. Jesus, chamou-nos de “sal da terra” (Mateus 5:13).

Jesus comparou os crentes com o sal por uma razão. O sal é um mineral dietético que é necessário para todas as criaturas vivas. O sal regula o teor da água nos nossos corpos, e também aumenta o sabor dos alimentos. Assim, ao compararmos a nossa vida com o sal podemos dizer que um crente aumenta e dá sentido à vida, bem como traz equilíbrio e esperança para um mundo que está a perecer. Depois de receber Cristo como o nosso Senhor e Salvador, somos transformados de um grão insignificante de areia para um mineral valioso, que valoriza a vida. A nossa transformação está impregnada com propósito; sendo o doce aroma da presença de Cristo aqui na terra. Ter esta finalidade e não cumprir este propósito é como sermos o sal que perdeu o seu sabor.

Em Lucas 14:34-35, encontramos a referência ao sal mais uma vez. Desta vez, é no contexto do preço do discipulado. A perda de salinidade ocorre no fracasso de agarrar na cruz e seguirmos o Senhor. A cruz à qual Jesus se refere aqui não é a experiência do sofrimento, mas sim o cruzamento de vontades. É o dizer: “Não a minha vontade, mas a Tua seja feita.” Envolve a renúncia pessoal e a aceitação do propósito para o qual fomos chamados. Sal com sabor é um compromisso a 100%. Qualquer coisa menos que isso, é inaceitável.

Noutro dia, estava a procurar na internet um ministério em Inglaterra e descobri um cujo nome é “Salt Shaker” (saleiro). Gosto deste nome. Traz-me à mente uma imagem do que a Igreja deve ser. Se nós, crentes, somos o sal, então a Igreja é a agência pela qual o sal é distribuído para influenciar e dar sabor a este mundo manchado pelo pecado. A finalidade do saleiro é agitar, não apenas ficar sobre a mesa contendo o sal no seu interior. Não salgar a comida é o mesmo que sal sem sabor. Ambos são inúteis e dispensáveis.

É incrível podermos fazer a diferença no lugar onde Deus nos coloca. Lembro-me de uma época em que trabalhava num escritório com cerca de 20 pessoas. Cada um de nós tinha a sua secretária, mas não havia divisões. Era apenas um espaço aberto. A atmosfera era bastante negativa, alguns colegas queixavam-se continuamente, outros praguejavam a cada frase, e outros tentavam aliviar a pressão com piadas obscenas. Eu era o único crente.

Orei pelos meus colegas e pelo nosso ambiente de trabalho. Semeei sementes de encorajamento e bondade naquela atmosfera poluída. Depressa tudo mudou. Durante o almoço, encontrava-me com colegas, um após outro, e eles desabafavam sobre as suas vidas e procuravam o meu conselho. Pude orar com vários deles e o ambiente de trabalho mudou. Tal como Paulo disse aos colossenses, que a conversa deles deveria ser “temperada com sal” (Colossenses 4:6), eu provei que um pouco de sal pode fazer uma grande diferença. Vamos sacudir o sal onde ele é necessário.

Escrituras Para Meditar
Mateus 5:13-16; Marcos 9:50; Lucas 14:34-35; I Pedro 4:12-13; Colossenses 4:6

[Read the devotional «Salt Shaker Shake» in English.]

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